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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Hieronymus Bosch 1450-1516





 Hieronymus Bosch é o pseudônimo de Jeroen van Aeken. Nasceu e morreu em Hertogenbosch, de onde deriva a escolha de seu nome artístico. Era neto de um artista local, Jan van Aeken, e filho de Laurens van Aeken. Pouco se sabe sobre sua vida, mas acredita-se que jamais tenha deixado sua cidade natal.


A primeira referência ao nome de Bosch ocorre entre 1480 e 1481, na Confraria de Nossa Senhora, para a qual executou trabalhos, intermitentemente, até 1516, ano em que os livros da instituição lhe registram o falecimento.


A Tentação de Santo Antão
Muitos dos seus trabalhos retratam cenas de pecado e tentação, recorrendo à utilização de figuras simbólicas complexas, originais, imaginativas e caricaturais, muitas das quais eram obscuras mesmo no seu tempo.


Muito apreciado por seus contemporâneos, Bosch foi esquecido no século 19, para voltar a ser descoberto pelos surrealistas. Nenhum de seus trabalhos é datado, mas acredita-se que os primeiros sejam do período 1475-1480.


Pintores alemães como Martin Schongauer, Matthias Grünewald e Albrecht Dürer influenciaram a obra de Bosch. Apesar de ter sido quase contemporâneo de Jan van Eyck, seu estilo era completamente diferente.
Especula-se que sua obra terá sido uma das fontes do movimento surrealista do século XX, que teve mestres como Max Ernst e Salvador Dalí.
Pieter Brueghel, o Velho foi influenciado pela arte de Bosch e produziu vários quadros em um estilo semelhante.


Registros da época demonstram que Filipe o Belo e Filipe 2º eram grandes admiradores de sua arte, fazendo-lhe frequentes encomendas de quadros. A quantidade de trabalhos de Bosch existentes na Espanha levou alguns críticos a levantarem a hipótese de ter ele estado naquele país, entre 1495 e 1505, mas tal hipótese não é confirmada por qualquer registro autenticado.

Fé total e terror do inferno


Cristo coroado com espinhos (National Gallery, Londres)

Entre os primeiros trabalhos de Bosch estão "Os sete pecados capitais" e "Ecce hommo". Sua obra surge ao mesmo tempo como a última expressão de uma escola de pintura e a primeira de uma nova corrente.


Nessa nova corrente, inicialmente está refletida a tendência popular dos séculos 12 a 15, em que a fé total se mistura ao terror do inferno. O homem está em permanente luta contra seu inimigo eterno, que surge revestido das mais variadas formas: demônios, monstros, animais estranhos, fantásticos, metade gente, metade bicho.


Bosch, cujo desenho é sempre seguro, costuma cobrir as telas de verdadeira multidão dessas estranhas figuras - animalescas ou humanas -, o que, de certa forma, prejudica a composição. Seu traço é, porém, de tal modo firme e seu sendo de perspectiva tão apurado que a impressão geral é de movimento, de ação.


Seu colorido é vibrante e sua técnica baseada em vernizes translúcidos, cobrindo a paisagem com tal delicadeza que frequentemente deixa à mostra os traços mais distantes.


Nos poucos desenhos de sua autoria há uma liberdade até então inexistente na Holanda. Do mesmo modo, o volume de detalhes em seus trabalhos da última fase é caracterizado por uma agilidade do pincel, através da qual é fácil identificar suas obras entre as inúmeras cópias a ele atribuídas.


Somente se tem certeza de trinta a quarenta quadros autênticos de Bosch. Suas telas nunca eram datadas e raramente assinadas. Bosch foi um inovador que haveria de influenciar grandes pintores.


O gosto de Bosch pelo demoníaco, segundo alguns, procede do fato de haver ele pertencido a uma seita secreta antinomista. Outros, porém, preferem ver nisso apenas um reflexo de sua época, dominada pelo temor a Deus e o pavor ao diabo.

Obras


Atualmente apenas se conservam cerca de 40 originais seus, dispersos na sua maioria por museus da Europa e Estados Unidos. Dentre estes, a coleção do Museu do Prado de Madri é considerada a melhor para estudar a sua obra, visto abrigar a maioria daquelas que são consideradas pelos críticos como as melhores obras do pintor.
As obras de Bosch demonstram que foi um observador minucioso bem como um refinado desenhista e colorista. O pintor utilizou estes dotes para criar uma série de composições fantásticas e diabólicas onde são apresentados, com um tom satírico e moralizante, os vícios, os pecados e os temores de ordem religiosa que afligiam o homem medieval. Exemplos destas obras são:
·         O Carro de Feno - (Museu do PradoMadrid)
·         O Jardim das Delícias - (Museu da Arte Antiga- Portugal, Lisboa)
·         O Juízo Final - (Akademie der Bildenden Künste, Viena)
·         As Tentações de Santo Antão - (obra principal no Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa e suposto estudo da obra no Museu de Arte de São Paulo - MASP, São Paulo, Brasil)
·         Os Sete Pecados Mortais - (Museu do Prado, Madrid)
·         Navio dos Loucos ou A Nau dos Insensatos - (Museu do LouvreParis)
·         Morte e o Avarento - (Galeria Nacional de Arte em Washington, DC.
A par destas obras, que imediatamente se associam ao pintor, há que referir que mais de metade das obras de Bosch abordam temas mais tradicionais como vidas de santos e cenas do nascimento, paixão e morte de Cristo.
O original tríptico As Tentações de Santo Antão está incorporado no Museu Nacional de Arte Antiga a partir do antigo Palácio Real das Necessidades. Desconhecem-se as circunstâncias da chegada da obra a Portugal, não sendo certo que tenha feito parte da coleção do humanista Damião de Góis, como algumas vezes é referido

Galeria


O Jardim das Delicias (Museu do Prado, Madrid)
O Julgamento Final (Academy of Fine Arts, Viena)
O Julgamento Final (Groeningemuseum, Bruges)
Adoração dos Reis Magos (Museu do Prado, Madrid)
Carroça de Feno (Museu do Prado, Madrid)
A Estrada da Vida
A Morte e o Avarento
A Nau dos Insensatos
Ecce homo (Städel Museum, Frankfurt)
Cristo carregando a Cruz (Kunsthistorisches Museum, Viena)
O ilusionista (Musée Municipal, Saint-Germain-en-Laye)
Tríptico de Santos Ermitas (Doge's Palace, Veneza)
Calvário (Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica, Bruxelas)
Cristo carregando a Cruz (Palácio Real, Madrid)
São Cristóvão (Museum Boijmans Van Beuningen, Rotterdam)
Tríptico do Mártir Crucificado (Doge's Palace, Veneza)
São Jerónimo (Museum of Fine Arts, Gant)
São João Baptista no Deserto (Museo Lázaro Galdiano, Madrid)
São João Evangelista em Patmos (Gemäldegalerie, Berlim)

Tentações de Santo Antão (Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa)
















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