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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Biografia de Strabo ou Estrabão



Strabo, Strabon ou Estrabão (Amasia, Ponto, Grécia, c.64 a.C. - c.23 d. C.) foi um geógrafo e historiador grego, nascido em Amasia, hoje uma cidade localizada na Turquia. Assim como a grande maioria dos autores da antiguidade, pouco se sabe da vista deste autor, sendo que a maioria das informações são deduzidas ou extraídas das próprias obras de Strabo. A data de seu nascimento não foi ainda exatamente determinada, mas várias pistas em sua obra apontam para uma data por volta de 63 aC. na cidade de Amasia, localizada no interior da região do Ponto (atual Turquia). Nada se sabe da família de seu pai, mas vários dos parentes de sua mãe ocuparam importantes cargos sob os reis locais Mithradates V e VI.
Sabe-se através do próprio autor que ele estudou em Cária (também atualmente na Turquia) sob a supervisão de Aristodemo (também tutor dos filhos do general romano Pompeu). Em Roma, estuda com Tyrannion, especialista em geografia.
Um dos poucos fatos documentados em sua vida é a sua viagem ao Egito por volta de 25/4 a.C., na qual, junto com o administrador romano Aelius Gallus, explora o rio Nilo. É certo que Strabo viajou bastante, tendo conhecido a Armênia, Etrúria e Etiópia.
Em determinado momento de sua vida, retorna a Amasia, onde se dedica a escrever uma História, de 43 volumes, concebida para complementar a obra do historiador grego Políbio, sendo que nenhum vestígio da obra foi até os dias de hoje descoberto. Como uma marca de sua crença na sinergia entre as disciplinas da história e da geografia, Strabo declara que a Geografia, o seu projeto final (escrito talvez, quando ele já contava por volta de oitenta anos), foi concebido como uma seqüência de sua perdida História. Dos 17 livros originais da Geografia (título, na verdade, atribuído pelos pesquisadores em geral), todos chegaram até os tempos atuais, com exceção de partes do volume 7. Não se sabe se Strabo teve suas obras publicadas no Ponto (sob o patrocínio da rainha Pythodoris) ou em outro lugar qualquer. Como eles não são citados por escritores romanos de sucessivas gerações, parece improvável que eles tivessem sido publicadosem Roma.
A Geografia é certamente o trabalho mais importante que a ciência na Antiguidade nos legou. Foi, como até onde sabemos, a primeira tentativa de coletar todo o conhecimento geográfico no momento atingível, e assim compor um tratado geral sobre geografia. Em linhas gerais segue-se necessariamente o trabalho do geógrafo Eratóstenes, que primeiro estabeleceu uma base científica para a ciência da geografia.


Bibliografia:
NAGY Blaise. Strabo (em inglês). Disponível em <http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A1999.04.0004%3Aentry%3Dstrabo
>. Acesso em: 01 nov. 2011.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Giorgio del Vecchio (1878-1970).

Giorgio Del Vecchio ( Bologna , 26 de de Agosto de 1878 - Gênova , 28 de de Novembro de de 1970, ) foi um filósofo e acadêmico italiano , filho de Giulio Salvatore Del Vecchio e especialista em filosofia do direito .


 Professor da ' Universidade de Roma 1920-1953 e reitor da Universidade de 1925 a 1927. Inicialmente aderindo ao fascismo , mas isso não o impede de perder a cadeira universitária em 1938, como resultado das leis raciais fascistas ; Em 1944, ele seria, então, mais uma vez perdeu o trono por causa de sua associação passado para o regime.
Reintegrado no ensino, na Segunda Guerra Mundial , ele ajudou o século na Itália e na revista páginas gratuito (publicação directa por Vito Panucci ). Junto com Nino Tripodi ,Gioacchino Volpe , Alberto Asquini , Roberto Cantalupo , Ernesto De Marzio e Emilio Betti fez parte do promotor do «Comité Inspe , a instituição de ensino que, nos anos cinquenta e sessenta , opôs-se a cultura de inspiração marxista, promover conferências e publicações internacionais.
Entre os maiores intérpretes de neokantism italiano, Giorgio Del Vecchio, como seus colegas alemães, criticou o positivista filosófica, dizendo que o conceito de lei não podia ser derivada a partir da observação de fenômenos jurídicos.
A este respeito, foi inserida na disputa entre a filosofia, a teoria geral e sociologia do direito que se acendeu na Alemanha, redefinindo a filosofia do direito. Em particular, ele atribuiu três tarefas:
  1. uma tarefa lógica de que seria para construir o conceito de direito;
  2. uma tarefa fenomenológica , que consiste no estudo do direito como um fenômeno social;
  3. uma tarefa de ética , que é o de "procurar e examinar a justiça, o que a lei deveria ser.

 Fonte: wikipedia

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

História das Coisas (Dublado)


A história das coisas é um filme dinâmico e objetivo, que fala dentre outros assuntos, sobre o consumo exagerado de bens materiais, e o impacto agressivo que esse consumo desregrado acaba exercendo sobre o meio ambiente. O filme é apresentado por Annie Leonard, e mostra de uma maneira bastante clara todo o processo que vai desde a extração da matéria, confecção do produto, venda e ideologia publicitária, facilidade de compra e falsa idéia de necessidade, até o momento em que vai parar nos galpões de lixo ou incineradores. Fala também do mal que esses resíduos tóxicos presentes na confecção e/ou incineração do produto causam não só ao meio ambiente, mas também à saúde da população em geral. A confecção do produto depende de meteria prima, muitas vezes encontrada em abundância na natureza, porém utilizada de maneira irresponsável, altera não só as condições climáticas e ambientais como torna essa mesma matéria antes em abundância, muitas vezes, escassa. Esse consumo é estruturado em uma política que se baseia na reposição do produto, ao invés de estimular a duração. Logo os bens são feitos com tempo de uso curto e limitado, fazendo com que de pouco em pouco tempo seja necessária uma nova aquisição do mesmo produto, por uma versão mais “atual”. O filme é voltado para diversos públicos, embora fique claro se tratar das especificidades de um determinado país [no caso Estados Unidos da América, atualmente um dos países que mais retira matéria prima e que mais estimula o consumismo nacional e internacional]. Existe também no filme, uma clara preocupação em mostrar como funciona o mecanismo de publicidade e toda a ideologia de consumo existente por trás dessa “necessidade de ter”. Que hoje em dia, os bens são criados para satisfazer a estética, e a aceitação por parte da sociedade, assim, quem tem mais e quem tem o melhor, eleva-se na cadeia social, dessa maneira, o consumismo interfere também, nas relações inter-pessoais e no status das classes. Outro fator relevante é que esse consumo em massa e essa extração de riquezas naturais vêem interferindo numa gradativa crescente, em questões como clima (como um dos exemplos temos o aquecimento global), desocupação territorial por interferência no clima ou relevo, na saúde pública, pelo aumento de substâncias tóxicas presentes nos alimentos e produtos que utilizamos em nosso dia a dia, e principalmente, pelo acúmulo de lixo não reciclado ou não reciclável em aterros, que contaminam o solo e a água, ou em outro caso pior, como mostra o filme, o do lixo que é incinerado lançando seus resíduos tóxicos diretamente no ar, aumentando a poluição, proliferação de doenças e afetando os já citados fatores climáticos. Embora tida como utópica, a idéia para reverter um pouco esse quadro agravante de agressão ambiental, já vem sendo implementada por algumas grandes empresas, é a de reposição do que vier a ser extraído como matéria prima do meio ambiente, há também quem lute pelo desligamento dos incineradores e uma melhor estruturação do espaço reservado ao lixo, obviamente essas medidas aliadas a uma política de uso racional de matéria prima, de preservação ambiental e estimulo de reciclagem, gerariam resultados mais contundentes e abrangentes. Esses são alguns dos principais fatores que serão abordados durante o documentário em questão. A história das coisas, mostra com uma pitada de humor, os padrões de consumo impostos pela mídia e pelas grandes empresas, e certamente nos leva a questionar o que cada um pode fazer pra amenizar esse impacto. Vale a pena dar uma conferida!
By:  M. Oliveira

O sentido do trabalho

Você consegue imaginar uma vida que não seja baseada nos consolos da ação, no sentido de realização, na esperança do reconhecimento e na experiência da contribuição? Trabalhar é necessário para reduzir a insignificância da existência humana. O que significa o trabalho para você?

Fonte da Imagem: http://www.gostodeler.com.br/images/147/trabalho.jpg

Desde os tempos mais remotos, o trabalho teve o caráter de castigo. Na tradição católica, era tido como punição para os pecados. Por quase toda a história e pré-história, o trabalho era considerado uma indignidade. Por outro lado, os poderosos – reis, rainhas e imperadores – enalteciam o ócio que era considerado uma virtude, um prêmio, sinal de força e manifestação do prazer. Para os antigos, o trabalho infinito era a marca de um escravo.


De fato, quando o poderoso desejava fazer alguma coisa mais produtiva, em razão da indignação ou pressão popular, ele apelava para o nec otio, ou seja, ele negociava (negava o ócio), interrompia o ócio, mas não trabalhava, o que, na verdade, dava na mesma. Hoje em dia, nada é mais estranho ao mundo ocidental voltado exclusivamente para o trabalho do que o ócio. Se conseguirmos descansar nos fins-de-semana, é apenas para recarregar as energias e voltar ao trabalho.



Entre os cristãos, apenas os protestantes, influenciados por Martinho Lutero, imaginaram o trabalho como o caminho religioso para a salvação, portanto, era visto como virtude. Os gregos buscavam a salvação na filosofia, os indianos na meditação, os chineses na poesia e no amor à natureza. Algumas tribos africanas - como os pigmeus, por exemplo, hoje quase extintos - trabalham apenas para atender às necessidades do dia-a-dia e passam a maior parte da vida na absoluta ociosidade.



Nas palavras de John Gray, filósofo inglês, o progresso condena o ócio e o trabalho necessário para liberar a humanidade é vasto. Na verdade, o ser humano está condenado ao trabalho, eternamente, considerando que o progresso não tem fim e a tecnologia escraviza mais do que liberta. Para que a vida tenha sentido é necessário imprimir sentido ao trabalho. Por que razão o ócio criativo, sugerido por Domenico De Mais, sociólogo italiano, nos incomoda tanto em vez de nos tornar mais produtivos?



Para a maioria dos seres humanos, o Mito de Sísifo ilustra bem a eterna condição do trabalho. Na mitologia grega, Sísifo foi condenado pelos deuses a realizar um trabalho inútil e sem sentido por toda a eternidade: deslocar uma grande pedra para o cimo de uma colina. Quando ele está quase alcançando o topo, é forçado de novo para baixo pelo peso da pedra que rola novamente para o ponto mais fundo de onde, com esforço descomunal, se recupera e recomeça a jornada. O trabalho de Sísifo não passa de uma punição.



Quando estamos trabalhando ou fazendo qualquer coisa útil, gozamos de aparente solidez. A ação nos consola e, de alguma maneira, o trabalho parece ser a única forma de reconhecimento na sociedade. Não há espaço para a ociosidade, o descanso, a paz de espírito e a fuga dos labores individuais por um período superior a vinte ou trinta dias por ano. O mundo trabalha 24 horas por dia e o inferno de Sísifo reflete uma trágica condenação, principalmente para quem realiza trabalhos meramente servis, sem sentido, conflitantes com a sua vocação natural.



Para nós, ocidentais, nada é tão importante quanto viver a vida como escolhemos, entretanto, a maioria dos humanos não vive o ideal de vida escolhido, por razões perfeitamente explicáveis: não somos autores de nossas vidas. Quase tudo o que é importante na vida é fruto do acaso: o tempo e o lugar em que nascemos, nossos pais, a língua que falamos, a hora de morrer. Pensando melhor, a vida humana, em geral, é a somatória de eventos acidentais e a autonomia pessoal não passa de um produto da nossa imaginação.



Assumir o controle da sua vida, fazer o que você gosta e imprimir sentido ao trabalho funciona bem melhor no papel. Labutar como Sísifo talvez seja o nosso único propósito, diferente de outros animais, que não precisam de um propósito na vida. Para viver um ideal de vida você precisa de autonomia, o que significa agir de acordo com as suas escolhas e isso, infelizmente, nem sempre é possível.



Por conta de tudo isso, será que podemos tornar o nosso trabalho mais prazeroso? Depende muito da natureza, da cultura e da experiência de vida de cada ser humano. Talvez você imagine que boa vida e trabalho ideal signifiquem fazer uso pleno da ciência e da tecnologia e ganhar muito dinheiro, mas não deve sucumbir à ilusão de que isso pode lhe tornar livre, indestrutível ou até mesmo sadio. O que, por um lado, liberta, por outro, escraviza.



Você consegue imaginar uma vida que não seja baseada nos consolos da ação, no sentido de realização, na esperança do reconhecimento e na experiência da contribuição? Trabalhar é necessário para reduzir a insignificância da existência humana. Por meio do trabalho é possível esquecer um pouco as crueldades do mundo, as falcatruas políticas e o fato de que não fazemos muita diferença para a humanidade, exceto para aqueles que estão muito próximos de nós e conhecem um pouco da nossa realidade.



Nos últimos duzentos anos, com o advento da Revolução Industrial, o uso generalizado de máquinas e da tecnologia não foi capaz de proporcionar a era de felicidade e prosperidade prometida pela geração que assistiu à substituição do trabalho no campo e da diligência puxada a cavalos pela mecanização e a estrada de ferro. Todos os remédios sugeridos foram ineficazes.



De acordo com o inglês Jeremy Bentham, reformador político do século XIX, “Para ficar em paz, é preciso dar paz aos outros. Para dar paz aos outros, é preciso parecer amá-los. Para parecer amá-los, é preciso amá-los de fato.” Por enquanto, trato isso como verdadeira utopia, pois será possível somente quando governos, empresas e empresários assumirem definitivamente a responsabilidade pelas condições de vida de seus de seus semelhantes menos afortunados e, acima de tudo, procurarem ajudá-los, com interesses maiores do que o enriquecimento exclusivamente pessoal.



O sentido do trabalho está na contribuição – sem alimentar a ilusão de que somos insubstituíveis; na busca da paz – sem esperar por um mundo totalmente sem guerra; no aproveitamento máximo da liberdade – sem imaginar que ela nunca poderá nos ser tomada; na realização – sem a vaga esperança de um dia sermos reconhecidos pelo que fizemos; na tentativa, no erro e na mudança, muito mais do que na realização. 



Pense nisso e seja feliz!

Autor: Jerônimo Mendes

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Revolução Praieira 1948




Introdução

A Revolução Praieira foi uma revolta de caráter liberal e federalista ocorrida na província de Pernambuco entre os anos de 1848 e 1850. Dentre as várias revoltas ocorridas durante o Brasil Império, esta foi a última. Ganhou o nome de praieira, pois a sede do jornal comandado pelos liberais revoltosos (chamados de praieiros) localizava-se na rua da Praia.

Contexto e causas da revolta

Em 1848 o Senado brasileiro era dominado por senadores do Partido Conservador. Os senadores conservadores vetaram a indicação, para uma cadeira do Senado, do liberal pernambucano Antônio Chinchorro da Gama. Este veto provocou uma revolta em determinado grupo de políticos liberais de Pernambuco. Os pernambucanos também estavam insatisfeitos com a falta de autonomia política das províncias e concentração de poder nas mãos da monarquia.

Revolta e reivindicações

Os políticos liberais revoltosos ganharam o apoio de várias camadas da população, principalmente dos mais pobres, que viviam oprimidos e sofriam com as péssimas condições sociais. Os praieiros chegaram a tomar a cidade de Olinda.

Em 1 de janeiro de 1849, divulgam o Manifesto ao Mundo. Neste documento, os praieiros reivindicavam: 

- Independência dos poderes e fim do poder Moderador (exclusivo do monarca);

- Voto livre e Universal;

- Nacionalização do comércio de varejo;

- Liberdade de imprensa;

- Reforma do Poder Judiciário;

Federalismo;

- Fim da lei do juro convencional;

- Fim do sistema de recrutamento militar como existia naquela época.

Fim da Revolta e consequências

A rebelião foi derrotada pelas forças oficiais no começo de 1850. Muitos revoltosos foram mortos durante os combates com as forças oficiais. Os líderes e demais participantes foram presos e julgados, embora tenham sido anistiados no ano seguinte. 

Fonte: sua pesqueisa

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O Tratado do Rio de Janeiro de 1825


Para que o Tratado do Rio de Janeiro de 1825 possa ser melhor explicado, devemos voltar um pouco mais no tempo, para o dia 09 de janeiro de 1822, quando o príncipe regente, Dom Pedro de Alcântara, foi contra as ordens das cortes portuguesas que exigiam sua volta à Lisboa.
No momento, o Brasil não era mais uma colônia portuguesa, mas sim, Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. A Corte Portuguesa, no desejo de ter o Brasil de volta ao posto de colônia, exigia a volta do regente à capital lusitana. Com a volta do príncipe regente, o Brasil seria entregue à uma junta submissa à Coroa Portuguesa. Isso causou uma reação imediata dos políticos brasileiros, que entregaram a Dom Pedro uma lista com aproximadamente 8 mil assinaturas que pediam para que ele permanecesse em terras tupiniquins.
O até então príncipe regente, contrariando as ordens da Corte Portuguesa, declarou para o público: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto” Digam ao povo que eu fico!”. O famoso episódio ficou conhecido como o Dia do Fico.
Com sua permanência assegurada no Brasil, Dom Pedro I aceita, em 13 de maio de 1822, o título de defensor perpétuo do Brasil, estabelecendo a partir de então, uma monarquia dual alinhada à Portugal. Já no dia 06 de agosto do mesmo ano, Dom Pedro I publica o Manifesto aos Governos e Nações Amigas, onde convida-os a continuarem com o Reino do Brasil as mesmas relações de mútuo interesse e amizade.
Ao Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino, José Bonifácio, um dos principais influentes de Dom Pedro I no processo da independência do Brasil, chegaram as notícias de que a Corte Lisboeta enviara numerosa tropa para dominar a antiga colônia.  Aos 14 dias de agosto, o Ministro publicou ao corpo diplomático a posição do Brasil quanto aos acontecimentos recentes: “Tendo o Brasil, que se considera tão livre quanto o reino de Portugal, sacudido o jugo da sujeição e da inferioridade com que o reino irmão o pretendia escravizar, e passando a proclamar solenemente a sua independência e a exigir uma assembleia legislativa dentro do seu próprio território, com as mesmas atribuições que a de Lisboa…”  Ou seja, o Brasil se considerava “tão livre quanto o reino de Portugal”.
Pulando alguns acontecimentos, que posteriormente serão destrinchados nesta mesma coluna, chegamos ao fim de agosto, onde desembarcaram no Rio de Janeiro três navios de provenientes de Lisboa. A notícia era que as cortes portuguesas haviam reduzido o poder de Dom Pedro I e que mandariam processar todos aqueles que haviam ido contra as políticas portuguesas. Como o Chefe de Governo brasileiro estava em São Paulo, a até então princesa D. Leopoldina ficou como regente, sendo auxiliada de perto por José Bonifácio, que, juntos, enviaram cartas a Dom Pedro, informando da situação preocupante e pedindo sua intervenção.
O emissário enviado, Paulo Emílio Bregaro, encontrou Dom Pedro voltando da cidade litorânea de Santos. O governante leu as cartas indignado, e, ao encontrar com sua Guarda de Honra que estava à sua espera, às margens do riacho Ipiranga, aproximadamente às 16:30, bradou: “É tempo! Independência ou morte! Estamos separados de Portugal”.
Após a famosa frase declamada por Dom Pedro I, vários acontecimentos políticos aconteceram em território brasileiro, e irei discuti-los nesta coluna em posterior momento. Destarte, pulemos para o ano de 1825.
Em 29 de agosto de 1825 era assinado, na cidade do Rio de Janeiro, com mediação da Rainha Vitória do Reino Unido da Grã-Bretanha, o Tratado de Amizade e Aliança entre El-Rei Dom João VI e Dom Pedro I. Este Tratado conteve onze artigos além de seu caput e garantiu, principalmente, o reconhecimento do Brasil com Império independente e separado dos Reinos de Portugal e Algarves.
Com mediação da Coroa Britânica, o Brasil independente teve seu primeiro grande acordo político ao restabelecer a amizade, paz e harmonia entre povos irmãos sob a égide da Santíssima e Indivisível Trindade.
Um dos principais interesses de Portugal ao indicar cláusulas presentes no contrato foi de garantir que nenhuma outra colônia portuguesa se reunisse ao Império do Brasil. Essa preocupação por parte da Coroa Portuguesa se deu em razão de existirem vários comerciantes brasileiros de escravos vivendo na costa africana que tinham o interesse de se livrarem das taxas portuguesas. Esses comerciantes, no período que ficavam em Angola, espalhavam panfletos e conversas instigando a colônia a se juntar ao Império Brasileiro, o que garantiria menos encargos aos interessados.
Não convém destrinchar todos os artigos do Tratado aqui, que pode ser visto clicando aqui.
Portanto, o Tratado do Rio de Janeiro de 1825 a Inglaterra teve seus privilégios em

relação ao Brasil renovados, como a taxa alfandegária de apenas 15% (Portugal pagava 24% e outras nações, mais de 25%). Outro ponto também foi a permanência de um juiz inglês em território brasileiro para julgar, segundo a lei inglesa, crimes que ingleses cometiam por aqui.
Contudo, o principal ponto do Tratado, sem dúvida, foi o reconhecimento por parte de Portugal da independência brasileira, dando início ao período ao qual não vivi, mas que sinto imensa saudade: a Monarquia Brasileira.
Lucas Alves Edmundo Gomes

domingo, 4 de setembro de 2016

O Antigo Reino de Axum e a Situação Atual da Etiópia e os Países do Chifre da África

(Região do Chifre da África)

  •        O Império Axum


Axum também antes conhecido como uma das potencias mundiais da época onde existiam os memoráveis reinos: Babilônico/Persa, Romano e Silis. Hoje a situação é bem diferente.
Dentre os poucos registros escritos de estados africanos, Axum tem destaque. As fontes sobre suas origens são variadas e complementares e junto com os estreitos de Gibraltar e Málaca, o de Bab el-Mandeb é citado como um dos mais importantes da Antiguidade. 
Axum é um estado africano que apresenta diferenças com relação aos outros povos de África, uma vez que a documentação sobre suas origens, relações e características são de origem interna. Diferente dos demais, Axum possui uma farta documentação escrita, além da influência de uma tradição lendária e da situação geográfica especial. 
Suas origens estão situadas numa época conhecida como pré-axumita, dividida em 2 períodos: o período sul arábico (forte influência sul árabe na Etiópia do Norte) e o período intermediário (anterior ao século V a.C.). 
Dos registros a respeito de sua origem, as escritas nas pedras são bastante fecundas e as mais antigas datam do período pré-axumita. São registros em escritas sul-arábicas que mencionam as intervenções axumitas no litoral do Yemen (Ibn Hischa, Ibn Hischam e Ibn Hawkal). 
Existem, ainda, inscrições atribuindo à glória aos reis de Axum (cerca de 20 reis, sendo os mais famosos Ezana (século IV) e Caleb e um de seus filhos (século VI) e o mais antigo Zoscales – século I); em sua maioria, aparecem escritas em geês – língua oficial do reino, ou grego. Axum foi mencionada por autores estrangeiros como nos escritos de geógrafos (Ptolomeu, o Geógrafo – séc. II) e de autores clássicos (Plínio, o Velho, 23/79). 
Um dos mais famosos registros que tratam de Axum tem uma origem lendária e está inscrita no Capitulo 10 do primeiro livro de Reis, no Antigo Testamento: visita da rainha de Sabá ao rei Salomão. Diz a lenda que a Rainha de Sabá era filha do primeiro rei de Axum, “Arwe Négus” simbolizado pela serpente “Arwe”, objeto do culto pré-axumita. 
Entretanto, a principal fonte documentária a respeito da civilização axumita é o material recolhido pela arqueologia: escavações em vários sítios arqueológicos, dentre os quais os de Axum, Adulis, Melazo, Haúlti, Yeha e Matara são os mais importantes.

  • O Chifre da África


O chamado Chifre da África também conhecido como Nordeste Africano e algumas vezes como península Somali é a região mais oriental do continente africano, sendo formada por quatro países: Etiópia, Eritreia, Somália e Djibuti. As paisagens dominantes são de deserto e semi-deserto, com exceção do sul da Etiópia e da Somália, onde o clima é menos seco.
Os povos do Chifre da África ocupam a região há milênios. Um dos países que mais aparece nos noticiários do mundo inteiro, sobretudo pelas dificuldades econômicas de sua população, é a Etiópia. Já foi chamada de Abissínia, é o país mais extenso e populoso da região e uma das únicas nações  africanas que escaparam da colonização europeia, exceto em um curto período de ocupação italiana (1935-1941).
           O Chifre da África está permanentemente em crise. A região costuma frequentar os noticiários internacionais pela pobreza da população, por guerras e disputas internas, pela quantidade de refugiados em seu interior e por constantes crises humanitárias. Os conflitos têm devastado continuamente essa região. A Etiópia é um dos países que mais aparece nos noticiários do mundo, sobretudo pelas dificuldades econômicas de sua população. Já foi chamada de Abissínia, é o país mais extenso e populoso da região e uma das únicas nações africanas que escaparam da colonização europeia, exceto em um curto período de ocupação italiana (1935-1941).
            A Etiópia é um dos sítios de existência humana mais antigos, dividindo com a África do Sul o posto de maior número de Patrimônios Mundiais da Unesco na África. O país também possui laços históricos próximos com as três maiores religiões abraâmicas: foi um dos primeiros países a adotar o cristianismo como religião do Estado, ainda no século IV. Atualmente, a maioria da população ainda é cristã, porém, um terço é muçulmana. Na Etiópia está o sítio do primeiro Hégira da história islâmica, localizada em Negash. A nação também é o berço espiritual da religião Rastafari.
 O país desgastou-se muito com uma longa guerra - que durou 30 anos - de dominação sobre a Eritreia, que logrou tornar-se independente em 1993. Com isso, a Etiópia perdeu sua importante saída para o Mar Vermelho. Ainda hoje,o país mantém disputas com os vizinhos, particularmente a Somália. 

            Aproximadamente 80% da PEA (População Economicamente Ativa) do país está inserido no setor primário, principalmente na agricultura. Os principais produtos de exportação  são: café, sementes oleaginosas, feijão, flores, trigo, cana-de-açúcar, milho, sorgo e cevada. A indústria possui pouca representatividade e as que existem estão ligadas à produção tradicional, como a de alimentos, couros, têxteis, entre outras. A economia do país é uma das mais atrasadas do mundo, o que resulta num quadro social desolador, onde cerca de 50% da população é considerada subnutrida, com intensidade crônica.